Navegando em direção à sustentabilidade: como as redes de pesquisa podem fazer a diferença usando a 'bússola da rede'

Abordar problemas complexos de sustentabilidade requer mais do que conhecimento científico. Os pesquisadores devem colaborar com os atores sociais do governo, empresas e sociedade civil e se envolver na coprodução de conhecimento e ação. Como as redes orientadas para a sustentabilidade podem efetivamente facilitar a coprodução?

Navegando em direção à sustentabilidade: como as redes de pesquisa podem fazer a diferença usando a 'bússola da rede'

Por que precisamos de co-produção de conhecimento?

Co-produzir conhecimento e ação significa que vários atores, em conjunto, geram conhecimento específico para o contexto e caminhos para um futuro sustentável. É um modelo alternativo às formas mais clássicas de interação ciência-sociedade, em que se presume que a ciência gere novos conhecimentos sobre os quais a sociedade atua. Uma vez que os problemas de sustentabilidade são frequentemente muito complexos e contestados para que as disciplinas individuais gerem soluções por conta própria, a coprodução de conhecimento e ação é um caminho promissor, pois torna possível combinar diversos tipos de conhecimento de diferentes disciplinas e práticas. .

O que são redes de pesquisa voltadas para a sustentabilidade e por que são importantes?

Redes de pesquisa orientadas para a sustentabilidade, como Terra do Futuro são formações que unem atores da ciência, política e sociedade em escalas geográficas ou setores, a fim de promover a colaboração na produção de conhecimento e / ou ação para a sustentabilidade. Essas redes são geralmente organizadas em torno de um tipo de 'entidade de apoio' (por exemplo, uma secretaria ou comitê de direção) ajudando os membros da rede a cumprir sua missão definida em conjunto. Esta missão, mas também a filosofia de governança de uma rede e as atividades relacionadas diferem entre as redes. Algumas redes se concentram na pesquisa, enquanto outras estão mais interessadas em transformar conhecimento em ação. Apesar de suas diversas missões, filosofias e estruturas, as redes compartilham certas funções e capacidades que diferem daquelas de organizações individuais, como universidades ou projetos de pesquisa. No caso da co-produção de conhecimento, as redes são particularmente úteis em suas funções de, por exemplo, conectar diferentes atores de forma flexível, unir forças ou divulgar informações.

Como a 'bússola de rede' pode oferecer suporte a redes

A bússola da rede representa um importante ponto de partida para a estruturação de um processo de reflexão sistemática sobre como as redes podem contribuir de diversas formas para as transformações de coprodução e sustentabilidade. A metodologia foi desenvolvida através de um processo de reflexão e aprendizagem realizado com diferentes redes de parceiros do Future Earth, como GLP, GMBA, BioDiscovery, MRI, PAGES e ITD Alliance para entender melhor como as redes globais de pesquisa podem ser mais eficazes e colaborativas na contribuição para o desenvolvimento sustentável .

Bússola de rede
Figura 1: 'A bússola da rede': quatro campos de ação genéricos, cada um com cinco subcampos, por meio dos quais as redes buscam promover a coprodução de conhecimento para transformações de sustentabilidade (Schneider et al. 2021).

A bússola da rede apóia as redes no pensamento crítico sobre o papel da coprodução na busca de sua missão e como elas podem melhorar seu potencial relacionado. Com o auxílio da bússola, as redes podem analisar as diversas maneiras pelas quais promovem a coprodução - por exemplo, por meio de membros individuais da rede em contextos específicos, por meio da comunidade de membros da rede juntos e / ou por meio da entidade de apoio da rede.

Até agora, a bússola da rede foi aplicada para os seguintes fins:

Uma vez que a incorporação de processos de co-produção pode ser uma tarefa desafiadora que requer estratégias novas e não testadas e transformações fundamentais das próprias redes, o aprendizado dentro e entre as redes é crucial.

Usando a 'bússola da rede' para fortalecer a coprodução

A bússola da rede oferece uma abordagem iterativa e passo a passo para ajudar as redes a refletirem sistematicamente e promoverem os processos de co-produção.

Em uma primeira etapa, as redes definem sua missão e objetivos de sustentabilidade. Em uma segunda etapa, as atividades que atendem à missão e aos objetivos definidos precisam ser identificadas. Aqui, a bússola da rede oferece quatro campos de ação genéricos que podem ser usados ​​para reflexão sistemática:

Campo de ação 1: Conectando diferentes atores e escalas para permitir a coprodução

As redes podem se perguntar: Para cumprir nossa missão, nós (pretendemos) convocar atores de várias disciplinas, setores da sociedade, lugares e escalas? E com isso, pretendemos (pretendemos) construir uma comunidade que se envolve na co-produção de conhecimento e ação? Em seguida, atividades específicas relacionadas, por exemplo, organização de conferências ou workshops, podem ser identificadas.

Campo de ação 2: Apoiar os membros da rede na coprodução

As redes podem se perguntar: Como podemos ajudar nossos membros a implementar a co-produção em seus contextos? As atividades específicas podem incluir o fornecimento de informações, cursos de treinamento e oportunidades de financiamento.

Campo de ação 3: Promover a coprodução para alavancar o poder transformador de uma rede

As redes podem se perguntar: Como podemos canalizar os esforços de nossos membros para se tornarem mais fortes coletivamente? As atividades relevantes seriam a coordenação de relatórios de síntese, o aumento da visibilidade da comunidade ou a contribuição para processos de política de alto nível.

Campo de ação 4: Inovar na rede para fortalecer a coprodução

As redes podem perguntar: Quais inovações são necessárias para fortalecer a capacidade da rede de se engajar na coprodução? As atividades relevantes seriam a autorreflexão, o desenvolvimento da visão ou a prototipagem de novas abordagens de co-produção.

Ao identificar essas atividades, pode ser útil primeiro se concentrar em reconsiderar a importância das atividades existentes e, em seguida, discutir quais outras atividades podem ser importantes no futuro.

Uma vez que essas atividades tenham sido identificadas, a terceira etapa é examiná-las em termos de seu potencial para efetivamente atingir os objetivos de sustentabilidade da rede. Aqui, as redes podem se perguntar criticamente por que acreditam que as atividades identificadas contribuem para a sustentabilidade. As possíveis questões para reflexão podem variar de revisitar os diagnósticos de problemas, lacunas de conhecimento e condições de contexto, até barreiras potenciais ou recursos e habilidades necessários. Dependendo dos resultados desses processos de reflexão, as redes podem adaptar suas estratégias existentes (por exemplo, maior ênfase em inovações dentro de suas redes) e / ou alterar seu portfólio de atividades (por exemplo, introdução de desenvolvimento de visão ou atividades de treinamento).

Em resumo

A bússola da rede pode ser uma ferramenta-chave para redes de pesquisa orientadas para a sustentabilidade para explorar seu potencial de coprodução. Pode ser usado para avaliar atividades de sustentabilidade passadas, bem como para planejamento estratégico futuro e, assim, fortalecer os processos de coprodução.

Reunião da bússola da rede
Figura 2: Exemplo de um grupo trabalhando com a bússola da rede (Fotos: Franziska Orler).

Mais informações podem ser encontradas aqui:

Leia as diretrizes práticas

Leia o artigo completo:

Flurina Schneider, Theresa Tribaldos, Carolina Adler, Reinette (Oonsie) Biggs, Ariane de Bremond, Tobias Buser, Cornelia Krug, Marie-France Loutre, Sarah Moore, Albert V Norström, Katsia Paulavets, Davnah Urbach, Eva Spehn, Gabriela Wülser, Ruben Zondervan, Coprodução de conhecimento e transformações de sustentabilidade: uma bússola estratégica para redes globais de pesquisaOpinião Atual em Sustentabilidade Ambiental, vol. 49, 2021, pp.

Esta revisão vem de uma edição temática de Opinião Atual em Sustentabilidade Ambiental sobre O estado do conhecimento sobre as transformações sociais para a sustentabilidade.

Este blog foi originalmente publicado em Soziale Ökologie.



Imagem do cabeçalho: A bússola da rede, de Flurina Schneider,

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